quarta-feira, 28 de março de 2012

As atividades econômicas do Sudeste

2º Reinado

Ciclo do café
Na segunda metade do século XIX, o café tornou-se o principal produto de exportação brasileiro, sendo também muito consumido no mercado interno.

Os fazendeiros (barões do café), principalmente paulistas, fizeram fortuna com o comércio do produto. As mansões da Avenida Paulista refletiam bem este sucesso. Boa parte dos lucros do café foi investida na indústria, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, favorecendo o processo de industrialização do Brasil. 




Imigração
Muitos imigrantes europeus, principalmente italianos, chegaram para aumentar a mão-de-obra nos cafezais de São Paulo, a partir de 1850. Vieram para, aos poucos, substituírem a mão-de-obra escrava que, devido as pressões da Inglaterra, começava a entrar em crise. Além de buscarem trabalho nos cafezais do interior paulista, também foram para as grandes cidades do Sudeste que começavam a abrir muitas indústrias.
Grandes fazendas
 As fazendas do Vale do Paraíba, primeiro centro cafeeiro da região Sudeste, não têm mais do que 50 mil pés de café. As do oeste paulista, por sua vez, chegam aos 600 mil ou 800 mil cafeeiros. Nos últimos anos do século XIX, tornam-se empresas modernas e mecanizadas – utilizam equipamentos aperfeiçoados, como ventiladores, despolpadores e separadores de grãos. Em conseqüência, surgem várias tarefas especializadas em seu interior, aumenta a divisão do trabalho e a produtividade.
Indústria e serviços
As atividades industriais, pouco significativas nos primeiros decênios do século XIX, começam a crescer junto com a economia cafeeira, na segunda metade do século XIX. Enquanto de 1841 a 1845 apenas uma patente industrial é expedida, entre 1851 e 1855 esse número sobe para 40. Na década seguinte, são fundadas 62 empresas industriais; 14 bancos; 3 caixas econômicas; 20 companhias de navegação a vapor; 23 companhias de seguro; 4 companhias de colonização; 3 de transportes urbanos; 2 companhias de gás e construídas 8 estradas de ferro. Surgem grandes empreendedores no país, como Irineu Evangelista de Souza, o visconde de Mauá.
Irineu Evangelista de Souza (1813-1889), o visconde de Mauá, industrial, banqueiro, político e diplomata, é um símbolo dos capitalistas empreendedores brasileiros do século XIX. Inicia seus negócios em 1846 com uma pequena fábrica de navios em Niterói (RJ). 

Na atualidade
A economia do Sudeste é muito forte e diversificada. A região Sudeste pertence a maior região geoeconômica do país, em termos de economia.
A agricultura é praticada em todos os estados da região. Os principais produtos agrícolas cultivados são: cana-de-açúcar, café, algodão, milho, mandioca, arroz, feijão e frutas.
A pecuária também é praticada em todos os estados da região. O maior rebanho é o de bovinos e o estado de Minas Gerais é o principal criador. Eqüinos e suínos também são encontrados.
Na região Sudeste, pratica-se o extrativismo mineral. Os principais minérios explorados são ferro, manganês, ouro e pedras preciosas. As maiores jazidas são encontradas no estado de Minas Gerais.

Destacam-se as seguintes indústrias:
Existem também indústrias de produtos alimentícios, de beneficiamento de produtos agrícolas, de bebidas, de móveis, etc.

Agricultura
O setor agropecuário apresenta-se muito desenvolvido e extremamente diversificado. A existência de um setor agrícola forte nessa região deve-se à existência de vastos solos férteis (a terra roxa). Embora o café tenha sido a força econômica pioneira da ocupação do estado de São Paulo e de seu grande desenvolvimento econômico, o seu cultivo tem se reduzido cada vez mais (sendo atualmente a principal área produtora a região do sul de Minas) e, atualmente intercala-se com outras culturas ou foi inteiramente substituído.
Destacam-se, na produção agrícola regional, a cana-de-açúcar, a soja e a laranja. O Sudeste é responsável pela maior parte da produção de cana-de-açúcar do país, concentrada na Baixada Fluminense, na Zona da Mata mineira e no estado de São Paulo (50% do total nacional). Já o cultivo da soja apresenta crescente avanço, pois é largamente utilizada na indústria de óleos e de rações para animais, sendo uma grande parte exportada. Em sua maior parte destinada à industrialização e exportação de suco, a produção de laranjas é realizada principalmente no estado de São Paulo, que responde por 80% do total nacional. Também são produtos de destaque na agricultura do Sudeste, o algodão, o milho, o arroz, a mamona e o amendoim, entre outros.
Pecuária
A pecuária também tem grande destaque na região, sendo o seu rebanho bovino o segundo maior do país. A grande produção de carne bovina (pecuária de corte) e suína permite a instalação e o desenvolvimento de frigoríficos e indústrias de laticínios (pecuária leiteira). A criação de aves (avicultura) e a produção de ovos são as maiores do país (aproximadamente 40% do total nacional), concentrando-se no estado de São Paulo.
Importância para o PIB brasileiro
 É a região mais rica do país: seu PIB é em torno de 1.698.590.000.000,00  segundo o IBGE (no ano de 2009). Só para se ter uma ideia, só São Paulo, que é o estado de maior circulação de dinheiro do Brasil, tem um PIB em torno de um trilhão e com uma participação de 33% no Produto Interno Bruto nacional. A cidade, aliás, é o único local brasileiro considerada uma megalópole (cidade com níveis acima de uma metrópole). A sua economia se espelha na taxa de área urbana nos estados que compõem a região: em torno de 90,5%. A alta circulação de renda em contraponto com a enorme população do local resulta num Índice de Desenvolvimento Humano alto: 0,824 - o segundo maior do Brasil, perdendo apenas para a região sul.


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